Neuromodulação: especialista em coluna fala sobre técnica capaz de aliviar dores crônicas

No episódio mais recente do SuperLifeCast, um dispositivo revolucionário que promete aliviar dores crônicas é destaque e já está disponível no YouTube

05/09/2024 às 16h21 Atualizada em 05/09/2024 às 18h39
Por: Livia Abate Fonte: Super Life Cast
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Neuromodulação: especialista em coluna fala sobre técnica capaz de aliviar dores crônicas

Nesta semana, nossos hosts Eluan Carlos e Monah Dom conversaram com o especialista em coluna, Dr. André Evaristo Marcondes. Integrante do Núcleo de Medicina Avançada do Hospital Sírio-Libanês e membro da Sociedade Brasileira de Coluna, o médico abordou sua carreira e o seu trabalho com neuromodulação.

A neuromodulação (chip na coluna) é um sistema capaz de promover reprogramação medular para tratamento da dor crônica complexa e intratável em inúmeras regiões do corpo. Apesar de ainda pouco difundido no Brasil, o método já existe desde 1989, ano em que a Estimulação da Medula Espinhal foi aprovada pelo FDA (Órgão de administração de medicamentos dos EUA). Porém, há 10 anos, seu uso vem crescendo de forma exponencial no Brasil já que o tratamento tem como objetivo entregar enorme alívio da dor crônica, além de reprogramação medular complexa, com inúmeras outras funcionalidades de tratamento). 

Segundo o Dr. André Evaristo Marcondes, na busca para solucionar um problema, é realizada uma cirurgia para a colocação de um eletrodo medular para controle de impulsos anormais, causando alívio quase total da dor. "Tenho pacientes que relataram melhora de, no mínimo, 95% do quadro em relação ao pré-operatório, deixando o operado totalmente satisfeito, permitindo controle neuronal, impedindo o membro de tremer e possibilitando com que ele consiga realizar suas atividades rotineiras", comenta o cirurgião.

Mas afinal, o que é esse aparelho?

Ele nada mais é do que o  implante de um "chip" que pode ser introduzido na região sacral, lombar, torácica ou cervical. Tem como finalidade a transmissão de impulsos elétricos para o alívio de dores que não possuem tratamento cirúrgico, aqueles casos onde o paciente passou por dezenas de cirurgias e não obteve nenhum resultado satisfatório. 

Existem basicamente dois tipos de dispositivos: um que não permite a recarga e que possui bateria interna e maior tempo de duração. E outro, menor, mas que permite a recarga. Cada versão possui suas vantagens e desvantagens.

Quando sua aplicação é indicada?

A neuromodulação é uma tecnologia revolucionária no tratamento da dor, recomendada aos pacientes que já perderam as esperanças de um tratamento efetivo, ou seja, aquela pessoa que passou por todas as etapas na tentativa de melhora e não obteve resposta, inclusive, e em especial, para pacientes com falha no tratamento cirúrgico e sequelas provenientes de patologias da coluna ou de acidentes.

Para fazer uma analogia simples de entender, é como se já a pessoa já tivesse retirado um espinho da mão, mas a dor da lesão não melhora; permanecendo contínua, intratável e excruciante. Este sistema pode ser utilizado para melhorar a dor, a sensibilidade e a função em pacientes em situações como: 

- Cirurgias múltiplas em coluna onde se esgotaram as medidas convencionais;
- Dor fantasma após amputação traumática de membros;
- Dores crônicas sem tratamentos de cirurgias de coluna cervical, torácica e lombar que não atingiram os resultados esperados;
- Fortes evidências de melhora em quadros depressivos graves, em pacientes selecionados e com diminuição do uso de medicação além da melhora clínica; 
- Trauma raquimedular parcial e com lesão incompleta leve ou moderada, associada ou não à espasticidade; 
- Neuropatia diabética e alcoólica, não responsivas a outros tratamentos.
- Herpes Zoster e neuralgia pós - herpética, angina refratária a medidas convencionais, bexiga neurogênica não responsiva a outros tratamentos, artrite reumatoide com dor crônica associada, dor pélvica inespecífica de difícil controle, Sd Simpático-Reflexa e Sd Regional Complexa, entre outras indicações.

É considerado como resultado inicialmente satisfatório pacientes que apresentam melhora acima de 50% a 70% da dor em relação ao pré-operatório, mas a maioria apresenta resultados muito superiores a esse, e uma grande porcentagem dos pacientes implantados se veem livre da dor e do uso de medicações de maneira irrestrita. 

"A depender da programação utilizada, a dor pode ser substituída por uma sensação de parestesia (formigamento) ou programações mais recentes podem inclusive trazer ausência de dor associada à ausência de parestesia ou de qualquer outro tipo de sensação, sendo programações extremamente complexas e necessitando de geradores de altíssima tecnologia", finaliza Dr. André Evaristo.

Sobre o especialista - Dr. André Evaristo Marcondes – Ortopedista Especializado em Coluna – Mestre em Saúde Pública Global pela University of Limerick (Irlanda), possui especialização em Cirurgia de Coluna, em Ortopedia e Traumatologia, e graduação em Medicina pela Universidade de Marília. Preceptor do Grupo de Coluna do Departamento de Ortopedia e Traumatologia da Faculdade de Medicina do ABC. É membro da North American Spine Society (NASS), Sociedade Brasileira de Coluna (SBC) e Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (SBOT). Fez residência médica em Ortopedia e Traumatologia no Hospital do Servidor Público Municipal (SP) e, atualmente, atende no Núcleo de Medicina Avançada do Hospital Sírio-Libanês, AACD e Grupo C.O.T.C. Centro de Ortopedia, Traumatologia e Coluna. 

Confira o episódio completo em nosso canal do youtube, se inscreva, ative o sininho e fique por dentro das novidades

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