Uma das sequências mais esperadas e assustadoras do ano acaba de estrear no Brasil: "Terrifier 3". Protagonizado por Art, palhaço que, a cada lançamento, ganha mais admiradores ao redor do mundo, o filme recebeu nota 'B' do "CinemaScore", diferentemente de "Coringa: Delírio a dois", que só alcançou um "D".
Na disputa entre os dois palhaços, o interpretado por David Howard Thornton tem se mostrado mais potente nas bilheterias, principalmente se levarmos em conta o modesto orçamento do longa, do que o interpretado por Joaquin Phoenix, mesmo na companhia da emblemática Arlequina.
Enquanto o diretor Damien Leone choca até mesmo os adoradores de slashers* ao usar o período natalino para que seu mórbido vilão cometa massacres ainda mais grotescos do que os cometidos nas obras anteriores, o que, inevitavelmente, faz o estômago embrulhar, Todd Phillips transforma a sequência do inimigo número um do Batman em um musical vazio, enfadonho e que não permite que Lady Gaga tenha seu espaço merecido, apesar da boa química com Phoenix, que ainda dá um show.
Apesar de estilos diferentes, é impossível não comparar Art e Coringa, dois personagens que transformaram cinéfilos em fãs. Enquanto o primeiro usa de sua demência para cometer atos vils, o segundo oscila entre a vulnerabilidade e a redenção.
Quem assusta mais? Depende do ponto de vista e das expectativas geradas a partir do que se quer e não do que se vai assistir. No entanto, na opinião deste crítico que vos escreve, “Terrifier 3” é cirúrgico naquilo que se propõe, ou seja, aterrorizar – já que esta é a tradução do título –, e “Coringa: Delírio a dois” é somente um delírio e nada mais.
(*)Slacher: Subgênero de filme de terror de baixo orçamento que apresenta mortes violentas cometidas por um psicopata.
Instagram: @colunaflaviomelo