O home office se tornou uma realidade para muitos profissionais após a pandemia e trouxe benefícios importantes, como a redução do tempo de deslocamento e mais flexibilidade na rotina. No entanto, essa modalidade também apresenta desafios, principalmente quando não há um controle adequado da jornada de trabalho. O excesso de demandas, a dificuldade de separar vida pessoal e profissional e a pressão constante podem levar ao esgotamento profissional, como o burnout.
Segundo Giovanni Cesar, professor de Direito do Trabalho, o home office pode ser um aliado da saúde mental, mas também um risco quando não há limites bem estabelecidos. “Trabalhar em casa reduz o estresse do deslocamento e melhora a qualidade de vida. Mas, por outro lado, muitas empresas consideram que o funcionário está sempre disponível, o que pode levá-lo a ultrapassar a carga horária e trabalhar até 14 ou 15 horas por dia”, alerta.
Quando o home office vira sobrecarga?
O burnout não acontece de um dia para o outro. O excesso de trabalho sem períodos adequados de descanso pode levar à exaustão mental e física. Entre os principais sinais de alerta estão:
O professor lembra que, desde que o burnout passou a ser reconhecido como doença ocupacional, trabalhadores afastados pela condição garantem estabilidade no emprego por um ano após o retorno. “O trabalhador agora não fica com medo de sair de afastamento e perder o emprego logo depois de retornar. Agora, ele tem uma segurança maior para se tratar e cuidar da saúde”, explica.
Já para as empresas, a situação também muda. “Os empregadores precisam pensar mais na prevenção. Caso contrário, podem enfrentar aumento de impostos devido ao FAT (Fundo de Amparo ao Trabalhador). Isso significa que, quanto mais trabalhadores saem afastados, maior pode ser o impacto financeiro para a empresa”, pontua
O que fazer para evitar sobrecarga no home office?
Para equilibrar produtividade e bem-estar, algumas práticas podem ajudar:
É mestre em Direito e professor de Direito do Trabalho. Formado em Direito pela Faculdade Metropolitanas Unidas (FMU), com pós-graduação em Direito e Processo do Trabalho pela Escola Paulista de Direito e em Arbitragem pela Fundação Getúlio Vargas. Ele concluiu seu Mestrado em Direito pela Faculdade Autônoma de Direito (FADISP) e atualmente cursa um MBA em Vendas pela USP Esalq.
Coordenador de estágio no Instituto Afrobrasileiro de Ensino Superior da Faculdade Zumbi dos Palmares, foi reconhecido como o melhor professor do semestre por dois semestres consecutivos. É autor do livro "A Arte da Audiência Trabalhista" (2023).