"Premonição 6: Laços de sangue" marca o retorno de uma das franquias de terror mais cultuadas dos anos 2000 e entrega exatamente o que os fãs esperavam: mortes inventivas, cenas bem construídas e aquele clima frequente de que tudo pode dar errado.
Desta vez, as premonições acontecem em família. Stefani (Kaitlyn Santa Juana) passa a ter pesadelos constantes com um acidente que sua avó materna, Iris (Brec Bassinger / Gabrielle Rose), evitou quando ainda era jovem, salvando milhares de pessoas da queda da Skyview. Com isso, a morte passa a perseguir todos aqueles que não teriam nascido caso as pessoas que estavam na torre não tivessem se salvado.
A direção de Zach Lipovsky e Adam B. Stein mostra firmeza ao conduzir o espectador por uma trama repleta de armadilhas. A história é consistente, bem amarrada e traz reviravoltas interessantes, evitando tropeços geralmente comuns em continuações.
Há uma clara preocupação em manter a coerência dos acontecimentos e explorar a tensão, sustentando o ritmo e o interesse ao longo do filme.
Mas nem tudo funciona. O ponto fraco está nas atuações, que não acompanham a intensidade da proposta. As emoções soam forçadas, os diálogos não fluem com naturalidade e, em momentos decisivos, falta entrega. Cenas de medo ou desespero são esvaziadas, tirando o peso da narrativa.
Ainda assim, "Premonição 6" cumpre seu papel como entretenimento de horror: diverte com humor sombrio e oferece sequências inimagináveis, como a do rapaz sugado pelo tubo de ressonância magnética. Alguém ainda vai ter coragem de fazer esse exame?
Fica a sensação de que, com interpretações mais convincentes, o filme poderia ter ido além. Mas, depois de 14 anos de espera, os fãs certamente não sairão insatisfeitos do cinema.